domingo, 25 de setembro de 2011

Quântica

Quântica
À cada elemento - o amor
Sentimento que viaja na velocidade da luz,
Fórmula composta abaixo de um átomo qualquer
Desequilibrando a razão todas às vezes que quer.
Quem quiser sentir deste prazer que é o amor,
Calcule a forma exata da molécula, o teu ser
E os prótons lhe dirão:
É o amor muito mais que paixão.

Radiação com envolvente poder,
Ação que provoca super fluidez - reação...
Elétrons, amor que irradia de vez.
Não basta neste universo viver
Por livre dimensão sem provar,
Que na relatividade desta teoria, mecânica quântica é amar.
Cesar Moura


Minha Prece

Minha Prece

Ah! se eu retrocedesse no verso
E inverso no tempo apagasse de vez todo mal,
Quem me dera ter tal poder nas mãos
E controlar o tempo, como quem controla a luz.
Arrancaria a dor de meu peito
E com um feito maior,
Tiraria do mundo o terror que assola a humanidade
E o lançaria abaixo da cruz.
Quando olho para a vida no espelho
E vejo o velho que ficou para trás...
Sinto muito por este mundo sofrido
E o elo perdido entre o amor e a paz.
Quantos holocaustos vividos
E tantos dentes rangidos,
Só para alimentar um desejo voraz.
Não posso reter minha palavra
E nem deter esta clava profunda
Que a alma inunda de desejo e poder.
Queria apenas apagar da história
Nossa glória loucura
E propagar um mundo cada vez mais cheio de paz.
Porquanto isto não acontece,
É minha prece pelo mundo:
Somente por mais um dia de luz.
Cesar Moura


 
Antologia
 
Caminho ajuntando dores,
Como quem ajunta flores e espinho...
Meu antológico ser descomunal,
Sentimental a todo ver!
Rege-me perdido num paraíso
Sem saber sua distinção exata...
Ata, junta e desfere com prazer um golpe de carinho.
 
Eu em meu ninho, pequenino como sou...
Vou devagarinho juntando os meus valores,
Dissabores e um monte de momentos de alegria
Mesmo sem querer, virando poesia sem rimar.
 
Amar, para mim cola melhor com qualquer verbo,
Mesmo que o advérbio contrário me diga, não!
Sou a propósito, a coleção de muitos amores;
Igual as rosas que desabrocham em suas várias cores no jardim.
 
É o fim que espero para esta lida,
É minha vida (antologia) colada na parede...
Até saciar a cede que d'alma se derrama;
¨Sou da lama a palavra em verso intenso,
Como penso, também sofro quando amo¨.
 
Assim finda todo drama analogia,
Análogo só na poesia.
 
 
Cesar Moura

Insônia


Insônia
É madrugada e não me revela o sono, um sonho bom!
Então mudo sem voz todo tom
De tanto pensar na vida, vira insônia o deitar no colchão.
É quase martírio querer dormir e não conseguir...
A vida toda repassada como um filme à torturar,
Vem relembrar o som e condenar todo o dom.
Sem fechar os olhos a noite
vira uma vigília em oração,
O coração tange ressentir-se daquela dor que passou;
D'um amor que partiu pra nunca mais voltar.
O horror do pesadelo acordado,
Tê-lo sem fechar os olhos é tão real quanto a própria ficção...
Na madrugada mesmo a meia luz, é tudo escuridão!
A solidão ganha o seus versos em reflexão,
Como se a alma fosse igual a uma criança que tem medo de dormir.
Tem um silêncio só,
Um nó no coração...
Dó de pensar nesta vida amanhã ao pó!
Esta insana madrugada fria parecia nunca acabar...
Quisera o sono vir somente pra me libertar.
Cesar Moura

Clamor Americano






 
Clamor Americano
 
Deus salve a América
 
Liberte-a do terror imediato
Do horror de todos os egoístas
Da avareza republicana patriota
Dos idiotas na política retrógrada dos louros anos de glória
Da história de sucesso que alimenta o ego americano
De todo engano da vaidade consumista
Da política imperialista
Do orgulho nacionalista, porque de nada serve agora.
 
 
Deus salve a América
 
 
Do idealismo sem virtude
Da atitude autocrata
Do burocrata sem atitude
Da pobreza que se dispersa
Das guerras, que desgraça!
Dê a esta nação uma boa direção
Doa-lhes proteção maior do que de seus porta-aviões,
Das armas de última geração
De nada serve isto, quando a paz pede união.
 
 
Deus salve a América
 
 
Dos olhos radicais fundamentalistas, cheios de ódio e rancor
Dê uma nova geração com homens guerreiros,
Sedentos de paz e amor no coração.
 
 
Cesar Moura
(Construir algo de valor é difícil, porém conserva-lo é muito mais).




Tabu
 
 
Não tenho cartas guardadas nas mangas para a vida vencer
E nem trago nas mãos uma mágica qualquer pra lhe vender,
Venho com os meus próprios truques, minhas artimanhas...
Minha força tamanha e sei lá mais o que!?
 
 
Sou a crendice, acredite se quiser!
O medo de viver...
Não faço questão de enaltecer o meu ego
Eu mesmo me desfaço, pra depois me aparecer.
 
 
Já não ligo para o sucesso,
O fracasso é o regresso da desilusão...
Vivo o recesso fingindo não sofrer.
 
 
Vida que quebrou em desespero...
Rompeu-se meu tabu como espero,
Pra que nunca me faça retroceder em mil pedaços.
 
 
Cesar Moura






 
Melancolia
 
Vida que se esvai por vias tão confusas
Na fusão de ódio e amor,
Do vício pela ilusão contrariada por toda realidade
Desta dor que vem alimentar a tristeza,
Tornando a incerteza um sentimento de dor.
 
 
Nosso nebuloso destino é o desafio que não se pode enxergar...
Parar no tempo com medo da morte
É morrer antes da vida acabar!
Então mesmo às cegas um passo na sorte,
Quem sabe consorte, onde tudo isto vai dar!?
 
 
Luta alegria nesta fria visão
Entregando ao credo sua santa missão
Enquanto canta a alma uma triste melodia,
Dança melancolia de corpo atirado no chão.
 
Então, olhos serrados no tempo
Segue esta vida vencendo toda depressão,
Que entre altos e baixos rege sempre o destino;
Mesmo que em contradição.
 
 
Cesar Moura

Primavera

 
 
Abri a janela pela manhã
E senti o cheiro da hortelã,
Olhei para o jardim e a margarida floria amarela
Sorria pra mim como se me dissesse... É primavera!
E ao inverno chegava o seu fim,
O sol radiante brilhava mais forte
Acenando distante do céu lindo e azul
Que brilhará mais intenso de norte a sul.
O beija-flor seja, o colibri, encenava seu vôo junto ao bem-te-vi...
Enquanto um pairava no ar à dançar,
O outro voava de um lado para o outro sempre à cantar.
Senti que agora o tempo mais quente,
Refletia em sua luz, harmonia e paz...
Voraz, a vida brotara sempre mais bela, uma flor de primavera.
Cesar Moura


Seu, Meu Olhar







Quantas vezes é preciso gritar
E falar para o mundo que estou aqui...
Talvez ficar em silêncio fosse melhor
E esperar que alguém me olhasse com um pouco mais de amor.
Quantas vezes eu quis chorar
E mostrar à o mundo toda minha dor,
Não conseguia encontrar a palavra certa para falar
Ao olhar neste canto e não me ver aqui.
Sei que na verdade tudo isto pode mudar,
Quando encontrar na vida o meu espaço e me tornar maior.
E toda esta dor que senti, de nada será...
Se encontrar mesmo que distraído o seu olhar em mim,
Saberei que alguém notou que estive aqui.
Cesar Moura


Disritmia


Neste meu solo solidão,
Nada melhor do que ter os pés fincado no chão!
Vida, que segue repetindo este refrão,
Me diz sempre não!
Eu não ligo não, só danço o meu passo marcado
Caindo de lado no compasso da minha emoção.
Sei que as vezes desafino no verso,
Mas quem é que liga pra o meu retrocesso...
Sou apenas mais um em meio a multidão.
A vida é uma festa bandida...
Um canta e dança,
Enquanto o outro dança mesmo sem cantar!
Vejo no coro seleto, alfajor e caviar na bandeja,
Percebo no choro do embriagado, alguém que deseja somente vomitar.
Existem muitas verdades intaladas em nossas gargantas,
É nas horas erradas que tocam notas com disritmia
Na batuta pra nos calar...
Hoje me rendo ao maestro, controverso na solidão...
Amanhã quem sabe, não serei destro por uma cantinga
Neste meu solo, passos firmes à pisar livre no chão.
Cesar moura


Escuridão




Torna mais que aberta
Nossa palavra pública
Na retórica lírica de todo poeta.
controvérsia sem a modéstia,
Em reconhecer que ainda esta para existir, a poesia perfeita!
Quando explana o texto, exprime a alma o homem,
Na busca por seu interior.
Então somos somente palavras
Com o pretexto de causar impressão?!
- Sei lá do coração dos outros!
Mas as vezes sou meio "Narciso", neste mundo de imperfeição.
Quero coragem, como preciso de fé...
Ainda caminho à pé, em busca da minha porção!
E quando encontrar, lembrarei sem rancor,
Que um dia estive sozinho, no canto somente palavras.
Vi e senti na pele a solidão
E também toda dor.
Poesia, verso na escuridão!
Cesar Moura

Socionauta




Sem raíz de amargura engoli minha dor
Em total desventura me vi sofredor
Não há de faltar palavras e nem, um verbo se quer
Que brote d'alma e também do coração.
Nunca compreenderei por ser tão exato o amor
Mas, marco o compasso com rima e paixão...
Por isto não me julgue, se prematura desvia-se a razão
Do mundo sou mais aluno, que um professor.
Sou um socionauta à dar-lhe uma flor
Ou, talvez a métrica sentida neste sentimento que me dou...
Seja como for, sou sempre amigo, sem espinho, só amor.
Sigo a paz com todos no cultivo de união!
Irmão sempre amado, cola calado sua compaixão,
Antes que esta raíz de amargura, sobrevenha com rancor.
Cesar Moura

Free



Sou aquém daqui
Ali ou em qualquer lugar
Sou free e não nem aí
Alias eu não estou nem aqui.
Vou por assim dizer
Viver livre como melhor me convém
Sem ser bom ou ruim
Serei para mim apenas o meu bem.
Não tem quem me convença o contrário
Seria otário tal papel
Vim pra dizer somente o que penso.
Senso para mim é loucura, secura na alma de alguém
A ninguém devo coisa alguma
A não ser o seu próprio bem.
Cesar Moura
(Poetas Del Mundo, com todo prazer)

Inércia





Inércia
Sou um corpo parado
Neste espaço e no tempo...
Projetado num pensamento de luz,
Me conduz este vácuo sentido
Meu caminho vertido à algum lugar;
Faz de mim energia neste corpo pesado.
Sou propriedade física da matéria
(Segundo a relatividade).
Vou por meu vasto sentido
Em minha própria condição.
Faço parte da massa
Com o ímpeto de toda ação
Por resultado, sou reação...
Jogado como peão,
Girando de um lado pra o outro
Por esta força que me conduz.
Já pensei até ser mais rápido que a luz,
Mas o resultado nunca condiz
Com o universo nosso justo juiz;
Quanto maior desejava me ver
Mais pesado se tornava o meu ser.
E agora no vácuo do tempo
Vivo inerte em meu sentimento,
Um elemento de peso e força comum.
Cesar Moura