domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Pessimista




 
Mediócre trato que me traz a vida,
Não deveria ser ingrato
Pelo prato que me vem a mesa.
Mas, com clareza nesta minha idéia,
As vezes parece a vida
Uma teia de infelicidade.
Sinto nisto tudo, um surto de loucura
Num perecer abstrato,
Neste mundo sempre tão desigual...
A lógica fica meio que confusa
Nesta sina cheia de desilusão,
Quanto mais corro atrás da felicidade
Sinto mais distante ela fugir de mim.
Assim, sigo o místico da mentira e realidade,
Fujindo do meu pessimismo
E me escondendo dentro da minha fé.
Cesar Moura



Vibora



Víbora
Quem, de mente se opor,
Com o intento de inserir esta dor que lhe aflora,
Verá sua glória ferida na alma de quem triste chora.
Víbora destilando seu veneno!
Insano... Não há deste jeito um sereno poder
Em moldar nosso mundo lá de fora...
Mas dá pra regenerar o vosso ego sem demora.
E, haverá de fluir a sua história com um novo sentimento,
Num brado rico em amor...
Como quem deseja fugir desta atitude, o rancor,
Que fere de uma vez o moral.
Não se deixe sucumbir por este ódio que há na terra
E acabar condenado pelo mal, que feroz te devora...
Venha para a luz, denota seu vigor, seja paz!
Cesar Moura


Pandora








Medieval mundo moderno;
Propulsão a todo mal
Eterno vil em sua beleza,
Cuja a ignomínia nem "Prometeu" ignorou.

Caixa aberta... Névoa que encoberta a terra...
Entre tantas coisas ruins que se deu,
Somente a esperança permaneceu.

A alegre promessa dos deuses;
Desta vida "Pandora", dotada de boas qualidades
A felicidade se foi debalde na ânfora do nosso destino.

Que desatino!
Era para ser um presente toda perfeição,
Mas a afeição por bel prazer a vaidade
Culminou na instabilidade da certeza e razão.

E o vilão que se manifesta nesta história
É invisível a olho nú, dependendo de quem o deseja enxergar?!
Nem Muamar com toda sua glória
Viveu a pompa na hora da morte...

Foi-se a sorte então, como fumaça na mão
Restando no chão o olhar da vida destruída...
Ilíada, a saga, Pandora e sua caixa,
O mundo em confusão.

Cesar Moura





Abstrato




 
Sinto medo abstrato
Sem cor, nem credo
Por dor, sem amor
Destrato da vida.
Tenho medo de olhar para o céu
E ver no espaço as trevas galáticas
Luzes que zombam no infinito do nosso tamanho
Arranhando o véu da nossa existência.
...Medo do meu tamanho,
Desdenho deste desenho do mundo neste retrato
Ingrato e terrivel opróbrio horror.
Tenho medo da minha coragem
Covarde escondida no ego de um lutador,
Inútil o medo cega de dor.
Cesar Moura




Antares




Guardiã da minha noite,
A meia noite te vejo, bela anfitriã!
Ao te tocar com os meus olhares, Antares.
Reflito com clareza o desejo de também ser estrela.
Me vejo perdido nos ares deste espaço estrelado,
Errante sem um destino certo,
Cada vez mais perto das incertezas deste universo.
Meu verso Antares é para ti
Pois parece, de tão longe me olhar
Mergulhando o seu brilho nos lugares
Que muito distante fica de tua constelação.
Sê tu vivida, incandescente
Luz distante, porém sempre presente!
Os anos luz que nos separam
Provam o quanto a vida é radiante,
Por isto, como a ti apenas sigo... adiante.
Cesar Moura
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Luz





 
Quisera tocar de novo
Meu rosto no ar mais livre,
Sem ter que me dar na dor
Se existirá luz a cada manhã.
Não nasci pra viver no escuro,
Procuro acreditar ser eterno,
Que desacreditar do amor que me conduz,
Pois prefiro ser filho da luz.
Luz que se sobressai sobre a escuridão,
É fonte de vida suprema, é a glória do criador...
Quem quiser ser luz;
Tem que se converter em amor.
Quimera é viajar no tempo
E viver perdido entre tantas dimensões,
A sabedoria que deveria ter agora
Eleva o ser na forma de luz.
César Moura



Pensamentos




 
Folha
A vida como um vento se vai,
Em pensamentos livres pelo ar...
Folha que cai no chão morta e seca,
É muito mais que o pesar de muitos sentimentos
Que voam sem parar.
Cruzes
Vida, diva sem olhar,
Quantas vezes me fez chorar
Por tantas cruzes que carreguei
Sem ter onde me apoiar!
Com o tempo me acostumei com esta lida,
Que contigo querida, quero sempre estar.
Luz
Desejo brilhar a todo instante,
Mesmo que não o bastante, carregando minha cruz...
Serei folha livre no céu a voar,
Não haverá problema se ao pó da terra eu voltar,
Bastará apenas tornar-me luz;
Para ver a beleza da vida retornar.
Cesar Moura




O Fim



 
Quando na saída começa assim;
Todo desejo de prosseguir
Dado momento de na reta chegar ao fim,
Mesmo as cegas vivenciar o que há de porvir.
Sucesso, ensejo...
Ansiedade é mais que desejo,
É ver da largada chegado o fim.
Sim! Nem sempre será assim,
O fim poderá ser um novo começo
Da transição do presente e futuro
Do bem que conjuro ser sempre melhor.
Tenho pra mim não ter pressa do fim,
Tateio com esperança minha vida andança
Como quem dança tim-tim por tim-tim,
Permeando todo o tempo vivido,
Porque tenho por meio da verdade
Que a liberdade deslumbra adiante novos horizontes,
Mesmo que contemos todas as estrelas no céu;
Nunca poderemos dizer que chegamos diante deste limite o fim...
Haverá depois do fim uma nova partida.
 
Cesar Moura


Real





 
Pra que sonhar com o impossível
Se o possível esta tão perto de ser real...
É muito legal a gente ser leal aos nossos sonhos,
Mas, pondera atentar o alcance de nossas mãos.
Nem tudo pode tornar- se plausível de acesso
Neste lance da sorte um dia ser real,
Que me contenho com o que posso alcançar.
Quisera ser, mas não o sou;
Um sortudo milionário da mega-sena...
Apenas sigo minha sina,
(Vezes ou outra, dura pena!)
Em meu contexto de ser feliz.
Tenho por pretexto caminhar rumo a sorte
Alimentando os meus sonhos de ilusão,
Mesmo quando não o quero!
Pois sei que a qualquer momento
Ela irá brilhar forte para mim.
Minha saga visionária por um bom destino
Reage sempre de virada na vida em contrapartida,
Velando pelo apreço de apenas ser feliz.
Cesar Moura






Contradições



 
Não sei de quantas verdades são feito as mentiras,
Entre tantos dogmas a identidade se tira
Com seu retrato mudado no tempo,
É só mais um elemento complexo...
Cada qual na sua própria razão,
São neste teu santo viver
Como quem querendo dizer;
Sou a única verdade em que me faço crer.
Com tantas perguntas diretas
Me vejo perdido no tempo
Sem respostas para o significado da vida,
Só vejo estigmas na alma
Com os traumas que consomem meu ser.
Acreditava que quando homem maduro
Tornaria- me mais forte
E dominaria com sorte as contradições desta vida...
Mas, me vejo sempre com medo da morte
E do obscuro sofrer.
Talvez seja a verdade somente um ponto de vista,
Prevista e real neste universo sempre tão desigual,
Me visto de muitas mentiras para tornar-me invisível
E assim proteger quem eu realmente sou,
Do rigor de um pensamento qualquer.
Cesar Moura


Divagar



Divagar
Olho para o céu todos os dias
E tento a via láctea enxergar...
Procuro uma estrela perdida
Ou um bom motivo pra sonhar,
Porque quando desvio o meu olhar à esta terra
Penso logo em chorar.
Percebo nas guias desta vida tanta maldade pelo ar.
Melancolia... Não sei!
Mas é dolorido pensar que tem muita gente no mundo
Que só pensa mesmo em matar.
Eu quero divagar!
Quisera ser anjo
E viver lá no céu minha benção,
Pra nunca mais ter que olhar
O sofrimento vertido por nossa ignorância maldita
E da vaidade sempre ímpar.
Sei não ser melhor que ninguém,
Por isso mesmo vigio nas palavras que rezo pensar...
Para não ferir a mais alguém, prefiro apenas orar.
E sei, que se Deus ouvir minha voz,
O meu pedido pela humanidade será por muita paz e amor...
Não me espanto com a alegria que me dá
Ao olhar para o céu e esperar que de lá advenha o melhor,
Pois creio por esta luz que me alumia,
É o Senhor o nosso guia.
Cesar Moura


Diagnose



Tudo passa...
O tempo, o pensamento?!
Nossa vida viajante neste episódio dirigido.
Indeferido, indefinido toda massa;
O belo perdido com o ar que passou como vento,
Nem um sentimento resistirá a tal argumento...
A massa falida caça os seus tesouros
Para na morte não leva-los a lugar nenhum,
Nenhum elemento subsistirá na linha do tempo...
Massa cefálica inteligente,
Indiferente ao pó que no final se desintegra,
Somos da terra apenas poeira!
Vi a areia se mover com o tempo
Moldando as dunas no deserto,
E percebi, nenhum formato ser para sempre.
Olhei de tão perto esta verdade
Que minha vaidade ruiu sem ter sentido...
Fiz da vida dia-a-dia minha diagnose inacabada,
Porque até o meu reflexo sucumbirá com o tempo.
Cesar Moura




Nômade




 
Viver eremita, o meu ser na solidão...
Caminha nas bases profundas
Em busca da boa razão.
Os côvados que me separam da vida
Encontra paz neste modo de ser,
Que seja lida esta procura constante
De vencer a luz ante a escuridão...
Nômade sem destino certo
Fizeram-se meus passos na vida;
Embora a certeza eu sempre desejará ter,
Viver o obscuro sem conhecer onde vai dar...
Foi o meu principio, meio e fim.
Assim sigo ermitão o meu ideal
Que se levo algo da vida
É o derradeiro real da minha emoção.
O cavalheiro nesta jornada
Não faz descontos sofridos,
Apenas vagueia humilde na solidão.
Cesar Moura



Te amo!





Te amo!
Dois em um sem nenhum temor...
Um em dois, mais com muito amor
Somos um, carne da mesma carne
Somos dois, carne que se une em uma só
Nó que se ata em pele na paixão
Coração, corpo, alma e união
Seremos para sempre dois em um.
César Moura
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Decadência




 
Arrimo em prumo a jornada
Para ouvir o som da voz d'uma bela mulher...
Notório ao -la subir a escalada
No cume que aguarda o poder
Na escada da vida a altura pertence à poucos
O sucesso traz junto o sofrer.
Por entre cantos e fama
Os holofotes não poderiam ver
Um choro abafado pela dor
Todos os suspiros e falsetes eram muito mais que uma simples canção.
Coração não veste couraça
Para se proteger da paixão,
Em conseqüência a ascendência recai por degradação
E tudo aquilo que parecia verdade...
Nem por mentira valeria apena viver.
A decadência vem como morte anunciada
Pois existem muitas formas para uma pessoa morrer...
Cesar Moura