domingo, 14 de outubro de 2012

Presságio

 
Ágil mil presságios,
Um fio pro fim de tudo...
Frágil e quimera esta vida,
Tão fácil de perder.
Tácito ébrio perdido;
Como louco à se esvair...
O vil vaga assolando,
Macumulando à sangue frio.
Mundo, incidente transcendental
Natural vaga metabolizando seu destino,
Cada qual por um caminho;
Num labirinto de assombrações.
Mutações de amor e ódio,
Corações sangram sem paz!
A beleza que faculta nossa inteligência;
É viver... E quando não morrer por uma razão.
Cesar Moura

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Boa Amizade


Boa Amizade
Amigos que se vão com o tempo
Amizades que se dispersam ao vento
A alegria que em meu pensamento
É mais do que um simples momento
De uma amizade que não se espera nada
Recebo o respeito que provêem do peito
Prova que a intimidade sem respeito
Não é sinal de amizade, é abuso de liberdade
Mas do valor que recebo de uma boa amizade
Descubro a real consideração
Que brota do fundo do coração
E com sinceridade...
Agradeço a Deus pelas boas amizades.
Cesar Moura


Flôr de Maio




Choro de mãe é sincero
Austero viver por amor
Nunca abre guarda do filho;
Como loba feroz à proteger sua matilha
Toda mãe sabe, já foi filha uma vez.
Pela maternidade que lhe propôs esta vida,
Nenhum afeto se compara ao de mãe...
Não existe rogo mais sensível à tocar lá no céu,
Todo véu se rasga diante de Deus.
Em teu ventre uma vida se forma
Enquanto o coração se enche de amor...
Alisa carinhosamente a barriga
Dando ao feto, o afeto e labor.
Mãe, só de pensar em teu sofrer já desmaio!
Nada nesta vida se compara a você...
A flor de maio é verdadeira paixão.
Cesar Moura


Ilusões





Ilusões
Vida que consome vida
Da vida só restará a morte,
Bate forte todo orgulho no peito
Porque de sorte nos alcançará a morte...
Desde o fraco, até o mais forte
Todos consortes da vida,
Tudo em todos é sempre tão igual;
Bem ou mal somos todos igualmente tal...
Quem vencer o mal com o bem viverá luz
E vencerá a vida mesmo quando a morte vem!
Até hoje não houve ninguém para viver tal sorte,
De vencer na vida, diga-se eternidade em ganhar da morte.
Porque vai que tudo isto não passe mesmo de pura ilusão;
Ser o mais sábio, nossa vaidade ter todo poder na mão...
Isso não!
Vida pura ilusão,
Nossa alegria é falsa,
A vida vive à nos consumir.
Mas viva sempre tudo isso,
Afinal é tudo sempre tão normal.
Cesar Moura


Conduta Progressiva




Vai direto ao ponto a massa
Que se fermenta e cresce,
É contra todo sistema que apodrece e mata.
A nata é nobre, mas engordura o produto
E empobrece demais maioria da massa,
Mão suja de verme contamina a receita;
Por isto é melhor sempre lava-la e pronto!
Grão que levedura a massa
Quando movido na sova que lhe dá forma exata,
Apanha bastante mas cresce
E abastece de pão a mesa que o faça.
Assa no tempo que passa
E se corrompe toda massa,
Quando passa do ponto e queima...
Nossa conduta é progressiva
Na ordem de viver a receita,
Feita a massa descansa,
Deixe-a crescer livre e pronto!
Farta bancada nossa mesa, igualmente feliz advenha.
Cesar Moura


O Dom


O Dom
Quem me dera desse a nota em minha alma canção...
E que meu ser fosse erudito,
Para transpor de forma clara a paixão.
Bem que esta na verve o nobre sentimento de amor,
Vem com toda dor o intimo de inspiração,
Sem lograr êxito de um falso dom.
Todo tom vem da alma;
Inexprimível gemido do coração,
Voz que canta em falsete a toada do trovador.
Quem me dera fosse o meu tempo agora,
Somente uma bela canção...
O quão bendito me faria instinto, cantar por amor!
Viveria a beleza da vida na mais pura emoção.
Cesar Moura


Poço Fundo







Poço Fundo
Lá se vai o mundo neste poço fundo, cova de corrupção!
Diante disto, ora me esgoto ante este covil e corja de ladrão.
Neste poço quanto mais se cava, mais se arranca lava quente pra sujar as mãos...
O nosso povo já desiludido, vive desapercebido e nem percebe;
Que este poço fica aqui no Brasil.,
Agora é a hora de cavar mais fundo
E ver se neste nosso mundo se descobre mais leitos da subversão.
A nossa política mina água suja,
Que desagua em rio que tem cachoeira
E ainda lava a alma de muita gente.,
Diante de tanta sujeira, há quem finja e fuja pra não dar bandeira....
Enquanto isso a sociedade honesta cava em rocha dura,
Na procura d'um poço de esperança, onde possam se fartar!
Comem e bebem das suas desventuras,
Pois os mais espertos secam todas as fontes até não poderem mais.
E o país se afunda na lama deste drama imoral.
Cesar Moura




Errata




Errata
Querem me ensinar o cruz credo,
Mas me dão a paz errado.
Tentam vender à mim o céu,
Porém me dão de troco o inferno.
Pensam em ser meu guia,
Entretanto não vejo exemplo em nada.
Atentam me separar em cota,
Assim um dia ninguém denota viver mais separado.
Querem me ensinar andar correto,
Mas o mundo sempre caminhou em passos tortos.
Me tratam como se eu fosse um louco,
Sem que aja lucidez em nada.
No fim parece estar tudo certo
Nas mãos de quem esta sempre errado...
A vida seguirá seu curso,
Mesmo que seja indiligente e mera discussão.
Cesar Moura


Labor


Labor
Vida, querem apagar os meus sonhos,
O mundo se alimenta de planos...
Tentam consumir tu minha vida,
Mas luto por ti com labor.
Sigo o destino minha lida
Curando as chagas que apanho...
A vida é tudo que tenho,
Mas o mundo te quer consumida.
Trabalho em prol do amor,
D'um amor que nunca detenho...
Porque desenho em vão minha vida,
Porquanto recebo de soldo o labor.
Sonhos que se tornam feridas
Desgastados se foi sem vigor...
Resta na pele o suor, orvalho e rugas ao tempo,
Vivendo no crepúsculo nua a dor.
Vida, todo labor jubila meu nome;
Mesmo que o mundo conspire o fim...
Cesar Moura


Drama




Drama
...Vim de lá para cá,
Do passado ou de algum outro lugar,
Só não sei para onde irei adiante daqui.
Se avante eu for, levarei comigo o amor,
Mesmo que não caiba dentro mim...
Farei dele pródigo, o prodígio, a canção.
Sou poeira, areia no ar
Vou para onde o tempo me levar...
Do pó ao pó, a vida é lama
É um drama que não quer mais calar.
Enquanto meu corpo envelhece,
Minh'alma eterniza tão jovem
Alimentando-se de toda paixão,
Até parece que não nasci pra morrer.
Vou para lá de onde eu vim...
O obscuro é pensar que um dia chegará o meu fim.
Cesar Moura


Injúria





Injúria
Desculpe fé por minha apostasia,
Mas este mundo é mal!
Não defendo andar à pé nesta crença e liturgia,
Nosso mundo é tal... Obscuro e indiferente...
Nem adianta seguir nesta rotina;
De corrente e oração,
Depois sem vigiar acabar no caminho do mal...
Essa vida é sempre assim!
Hoje aprendi que somos monstros vestidos em sabedoria
E convertidos por ignorância em animais irracionais,
Com paixão e sem razão...
Ah! se toda vida valesse o bem que ela não faz...
Porque, pra fazer o mal fazem com requinte de crueldade,
Só por maldade e orgulho.
Sofro calado, injúria e afronta
No que me desaponta a vida cheia de dor!
Vivemos no limbo da loucura,
Limite da fissura que sangra o coração.
Sou réu da minha consciência condenado todos os dias
Sem entender o significado do perdão...
Estendo as mãos para o céu
Com intento de me afastar deste inferno,
Perdido no encalço do calabouço e enfermo por amor!
Viso com isso ser mais eu,
Mesmo que desfeito do meu ego
Neste jeito a vida de peito aberto,
Simplesmente eu...
Cesar Moura




Caixa Preta




 
Entre tantos segredos guardados
Nenhuma verdade é concreta...
De certa forma a vida é uma treta,
Quem sabe uma caixa preta escondida
Que carrega em si a derradeira questão.
Ah! Com tantas verdades mal ditas
Se fazem malditas e talvez uma aberração.
Sei lá... Só penso no que esta encoberto
Quando chego mais perto e vejo,
O grande desejo é descobrir toda mentira
Que se esconde de nós na escuridão.
Todo piloto bandido deturpa seu plano de vôo
Viaja as cegas para confundir a nossa visão-
Quando se vê em queda, se desespera...
Sabe que a verdade vira à tona,
Mesmo que morra, será para sempre corrupção!
Cesar Moura


domingo, 12 de fevereiro de 2012

O Pessimista




 
Mediócre trato que me traz a vida,
Não deveria ser ingrato
Pelo prato que me vem a mesa.
Mas, com clareza nesta minha idéia,
As vezes parece a vida
Uma teia de infelicidade.
Sinto nisto tudo, um surto de loucura
Num perecer abstrato,
Neste mundo sempre tão desigual...
A lógica fica meio que confusa
Nesta sina cheia de desilusão,
Quanto mais corro atrás da felicidade
Sinto mais distante ela fugir de mim.
Assim, sigo o místico da mentira e realidade,
Fujindo do meu pessimismo
E me escondendo dentro da minha fé.
Cesar Moura



Vibora



Víbora
Quem, de mente se opor,
Com o intento de inserir esta dor que lhe aflora,
Verá sua glória ferida na alma de quem triste chora.
Víbora destilando seu veneno!
Insano... Não há deste jeito um sereno poder
Em moldar nosso mundo lá de fora...
Mas dá pra regenerar o vosso ego sem demora.
E, haverá de fluir a sua história com um novo sentimento,
Num brado rico em amor...
Como quem deseja fugir desta atitude, o rancor,
Que fere de uma vez o moral.
Não se deixe sucumbir por este ódio que há na terra
E acabar condenado pelo mal, que feroz te devora...
Venha para a luz, denota seu vigor, seja paz!
Cesar Moura


Pandora








Medieval mundo moderno;
Propulsão a todo mal
Eterno vil em sua beleza,
Cuja a ignomínia nem "Prometeu" ignorou.

Caixa aberta... Névoa que encoberta a terra...
Entre tantas coisas ruins que se deu,
Somente a esperança permaneceu.

A alegre promessa dos deuses;
Desta vida "Pandora", dotada de boas qualidades
A felicidade se foi debalde na ânfora do nosso destino.

Que desatino!
Era para ser um presente toda perfeição,
Mas a afeição por bel prazer a vaidade
Culminou na instabilidade da certeza e razão.

E o vilão que se manifesta nesta história
É invisível a olho nú, dependendo de quem o deseja enxergar?!
Nem Muamar com toda sua glória
Viveu a pompa na hora da morte...

Foi-se a sorte então, como fumaça na mão
Restando no chão o olhar da vida destruída...
Ilíada, a saga, Pandora e sua caixa,
O mundo em confusão.

Cesar Moura





Abstrato




 
Sinto medo abstrato
Sem cor, nem credo
Por dor, sem amor
Destrato da vida.
Tenho medo de olhar para o céu
E ver no espaço as trevas galáticas
Luzes que zombam no infinito do nosso tamanho
Arranhando o véu da nossa existência.
...Medo do meu tamanho,
Desdenho deste desenho do mundo neste retrato
Ingrato e terrivel opróbrio horror.
Tenho medo da minha coragem
Covarde escondida no ego de um lutador,
Inútil o medo cega de dor.
Cesar Moura




Antares




Guardiã da minha noite,
A meia noite te vejo, bela anfitriã!
Ao te tocar com os meus olhares, Antares.
Reflito com clareza o desejo de também ser estrela.
Me vejo perdido nos ares deste espaço estrelado,
Errante sem um destino certo,
Cada vez mais perto das incertezas deste universo.
Meu verso Antares é para ti
Pois parece, de tão longe me olhar
Mergulhando o seu brilho nos lugares
Que muito distante fica de tua constelação.
Sê tu vivida, incandescente
Luz distante, porém sempre presente!
Os anos luz que nos separam
Provam o quanto a vida é radiante,
Por isto, como a ti apenas sigo... adiante.
Cesar Moura
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